quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Cariocando o Brasil

     ''A rua é pública! " Esta frase ouvi um homem dizendo para outro que cobrava do primeiro R$ 2,00, já pagos, para estacionar seu carro. O ''flanelinha''retrucava indignado porque o motorista nao queria pagar-lhe, dizendo que existem outros ''flanelas''que chegam a cobrar R$ 5,00 para estacionar.

     Um outro dia, o morador de um prédio pedia para que o motoqueiro que concertava sua moto debaixo de sua janela, fosse fazer isto em uma oficina porque o barulho estava insuportavel. A este apelo, o motoqueiro responde: 'a rua e pública! ''

     Existem vários exemplos que podem ser dados partindo do dito: a rua é pública.

     A idéia do público vigente aqui, é que ele se presta a ser um espaço onde tudo pode ser feito, qualquer coisa que o sujeito deseje. Avançar o sinal, pisar sobre um canteiro de jardim, urinar na rua, desacatar o outro, furar fila, e tantas coisas mais, atestam que aqui a idéia de público e regida pela soberania do indivíduo. Nesta brecha, segue o uso do avião público para levar Renan até o implante de cabelos, o enriquecimento dos Sarneys se valendo da máquina pública, a mensalização da economia, o ''pibinho''.

     Fato e que quando se reinvidica o uso do público, nunca se vê a manisfestação de algo que reflita cuidado, aprimoramento ou crescimento do que acontece no público. O indivíduo aqui, quando faz uso desta máxima da liberdade, o faz para dizer : 'eu faço o que quero, ninguém manda em mim. ''Isto vai desde o ''flanela''até os executivos que trabalham no Estado.

    Há muita estrada pela frente. A res publica enquanto uma dimensão da vida social que precisa ser cuidada, cada vez mais vem perdendo a batalha para o indivíduo que na busca de prezer sem limites, se perde na própria ganância. A individualização do estado e da economia, nos levará a um aumento da antipatia de uns pelos outros, na elevaçao do derespeito, nos arremessando para um pessiminismo sem fim.

     Viver em grupo é desafio que depende do respeito como valor central. Quando se perde o respeito pelo outro, o sujeito perde o respeito por si mesmo e passa a depender de ordas que caminham impulsivamente transformando ódio em prazer. Se cariocar o Brasil for sinônimo de esperteza, se dar bem, mergulharemos cada vez mais em ondas de violência.

     É possível ouvir as palmas dos que assistem o por do sol no Arpoador, mas que depois disto, deixam todo lixo na areia da praia, seguindo tranquilo  para pegar o carro que deixaren parado sobre faixa de pedestre. Teremos chances de vencer os problemas com os quais nos deparamos nos dias de hoje, se fortalecendo o senso do grupo. Para isto, alguma renúncia será necessária, mas o que ganha  com isto é a alegria de poder viver uma vida que valha a pena. 

S/N